segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A Cadeia da Relação


A rua que desce até ao rio é envenenada pela esquina como a quilha dum barco imenso naufragado – a esquina da Cadeia da Relação… Ergue-se, com os seus janelões gradeados, à altura de ciclopes, e por trás deles penteiam-se os presos. Ouvimo-los rir e chamar os amigos, quando passamos no jardim em frente…Esta Cadeia Civil, onde Camilo cumpriu pena e escreveu algumas páginas que honram o nome dele e o nosso, tem não sei quê de monumento desavindo com os tempos, porque a prisão ali assombra mais do que comove.
Agustina Bessa Luís

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